

Por Dr. Rubens Paulo Gonçalves Ginecologista Obstetra e Mastologista
Sou Ginecologista há quarenta anos. Com o passar do tempo, vi o aprimoramento técnico nas mais diversas áreas da Ciência Médica. Na área de Radiologia foram conseguidas coisas incríveis: as Tomografias, as Ultrasonografias, as Ressonâncias Magnéticas, para não falar das Cintilografias, Angiografias etc, que facilitaram os diagnósticos nos trazendo imagens com resolução cada vez maior.
Há quarenta anos, escuto a mesma queixa quando peço uma Mamografia: “Doutor! Não tem outro exame que substitua esse? Dói muito! Não posso fazer uma Ultrasonografia de Mama?” A resposta é sempre a mesma: “Minha Senhora! A mamografia é insubstituível! A Ultrasonografia, não mostra as mesmas coisas que a Mamografia!” A conversa sempre termina assim: “Poderiam inventar algum exame que doesse menos, não é Doutor?”
Cansado de ouvir as mesmas queixas sem poder dar qualquer solução a elas, venho a público manifestar minha insatisfação com os responsáveis por pesquisas nessa área. Não é possível que se continuem fazendo dos seios uma “pizza” de tanto que os amassam para poder radiografá-los! Quanto menor o seio, então, mais sofrem as coitadas. Puxam até a pele do pescoço! Se alguém tem prótese de silicone, ao submeter-se a tal exame, tem a impressão de que a prótese vai estourar. O máximo de inovação foi a invenção de uma nova forma de revelação, a Mamografia Digital, que nos fornece imagens melhores mas não deixa de fazer a tal “pizza”.
Finalmente, acho que encontrei uma explicação para o imobilismo cientifico nessa área: “OS PESQUISADORES SÃO HOMENS”. Eles não fazem idéia de como o exame dói. Gostaria de propor então uma solução para o problema: Vamos instituir um exame dos testículos que seja feito sempre em um mamógrafo: uma “testiculografia”, que tal? Tenho certeza de que se isso acontecesse a grita por um outro método seria tão grande que em muito pouco tempo teríamos um equipamento diferente e um exame totalmente indolor!