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Por Dr. Rubens Paulo Gonçalves | Ginecologista Obstetra e Mastologista CGOP

As primeiras relações

Quando se fala sobre o início da atividade sexual, o natural é que a motivação para as primeiras relações venha de aprovação e reconhecimento mútuos do casal e de uma crescente atração sexual, ainda pouco entendida pela dupla, que leva a contatos físicos excitantes e daí ao sexo propriamente dito. Diferentemente do que acontecia há alguns anos atrás, as primeiras relações na atualidade ocorrem, na maioria das vezes, por identificações grupais. O que ouço em conversas com jovens que tiveram sua primeira relação é: “Sabe o que é tio? Minhas amigas, ‘tipo assim’, já tinham todas ficado. Eu estava muito a fim de saber como era, daí falei com um gatinho amigo meu e aí, ‘tipo assim’, fizemos amor!”   

Um estudo neo-zelandês publicado em janeiro de 2016 pelo British Medical Journal constatou que as mulheres iniciam sua vida sexual em média aos 16 anos e os homens aos 17. O Brasil é hoje o país no mundo em que as jovens começam a ter relações mais precocemente, uma vez que ao incluirmos a exploração sexual de crianças no Norte e Nordeste a idade média para o início das relações chega a 13,5 anos para as meninas e 16 para os meninos.

  

A função sexual deve envolver a mente (pensamentos e emoções) e o corpo. Os sistemas nervoso, circulatório e endócrino (hormonal) interagem para produzir a resposta sexual, a qual ocorre em quarto fases distintas: desejo, excitação, orgasmo e resolução. Desejo é a vontade de participar da atividade sexual; é desencadeado por pensamentos eróticos ou por estímulos verbais e sensoriais. A excitação é o estado em que o fluxo sangüíneo da área sexual aumenta e leva à ereção do pênis nos homens e à sensibilização do clitóris e aumentando da lubrificação vaginal nas mulheres. À excitação deverá seguir-se o orgasmo – o clímax da relação – que em homens manifesta-se pela ejaculação do sêmen e em mulheres pela contração rítmica e involuntária dos músculos que circundam a vagina. Existe no casal um aumento da tensão muscular por todo o corpo e contrações dos músculos pélvicos. A resolução é a sensação de bem-estar que segue-se ao orgasmo e que leva ao relaxamento muscular generalizado. Durante esse estágio os homens são incapazes de ter uma nova ereção e o tempo de latência entre uma ereção e outra aumenta com a idade; as mulheres, no entanto, são capazes de responder a novos estímulos logo após o orgasmo.   

Dada a necessidade de tamanha interação para que uma relação sexual seja prazeirosa, sem dúvida o ato realizado pela simples curiosidade não terá o mesmo potencial orgástico do o sexo preparado e elaborado com afeição mútua. Uma primeira relação sem prazer pode dar a falsa impressão de frigidez ou de desinteresse pelo sexo oposto à jovem, sendo que muitas vezes a causa da frustração decorre das ausências de entrega, intimidade e conhecimento do próprio corpo.   

A resposta sexual é controlada por uma interação delicada e equilibrada entre inúmeras partes do sistema nervoso. O sistema nervoso Parassimpático regula o aumento do fluxo sangüíneo durante a excitação e o Simpático controla principalmente o orgasmo. Anormalidades de circulação sanguínea no pênis ou na vagina, lesão física de qualquer órgão genital, desequilíbrios hormonais e o uso de medicamentos podem interferir na resposta sexual mesmo que o sistema nervoso funcione normalmente. Além disso, a maioria das disfunções é agravada por problemas psicológicos.   

Em caso de desconforto ou desinteresse após as primeiras relações o importante é saber que nada é incurável ou necessariamente permanente. Um bom ouvido dos pais e um encaminhamento para profissional habilitado podem auxiliar na resolução dessas questões, mudar a percepção sobre sexo e torná-lo mais prazeiroso.

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